segunda-feira, novembro 20, 2006

KHzine

Calembures ignóbeis, falsidade ideológica e comportamentos execráveis.

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Connecticut, outubro de 2006.
Edição de número 004
Para ser lida, lida, lida e relida e sempre rida logo em seguida.
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Periodicidade é o cacete!!!
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Editorial


Eu conheci, certa feita, uma base nitrogenada purínica que se emparelha com a citosina na molécula de ADN, que gostava de fingir-se de base nitrogenada pirimidínica que se emparelha com a adenina na molécula de ADN, só para galhofar da organela citoplasmática visível ao microscópio eletrônico sob a forma de grânulos escuros, composta essencialmente de ácidos ribonucléicos e proteínas, na qual ocorre a síntese de proteína.

Não existe nem nunca existirá, jamais, em todo o universo, tamanho ato de sarcasmo.





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Pensamento do mês:

Em verdade, em verdade, eu vos digo:
é possível se comer qualquer tipo de dejeto ou troçulho (putrefato e malcheiroso inclusive). Tudo dependerá da quantidade de alho envolvida.”


Josef Perdigão






Barbie no psicanalista
Por Lehgau-Z (e seus neurônios amestrados)


Ocorreu que a Barbie
Tinha me procurado
Estava em péssimo estado
Queria trocar de namorado
Melenas louras em desalinho
De vez em quando chorava baixinho
A maquiagem toda borrada
Se encontrava mal mesmo a coitada
Andava por aí armando barraco
E já no fundo do buraco
Fedia a álcool e a tabaco

Perguntei do que se tratava
Enquanto me dizia soluçava
“Nada mais me resta”
“O desgraçado não presta”

Mas o que que o Ken te fez?
Te trocou pela Susie de vez?
“Não”, me respondeu meio assim
“É que ele não tem bingulim”

E desatou a chorar
Eu, meio encabulado
Fiquei ali parado
Com pena do mal-acabado

Ela me olhou de repente
Um olhar meio diferente
Botou a mão na minha perna
E foi seguindo em frente

Sentindo que o troço ia ficar quente
Deixei a coisa rolar
Tirou o vestido e as botas
Tudo bem devagar
Mas quando tirou a calcinha
As lágrimas voltaram-lhe a face
Eu, louco pelo desenlace
Puxei-a pra cima da minha

Ela então ficou bem histérica
Berrava feito uma louca
Amaldiçoando a América

Foi bem aí que eu logo entendi
Fizeram-na linda e fogosa
Cheia de charme e gostosa
Mas sem o buraco de fazer xixi

E não me dei por vencido
Me levantei bem decidido
E falei devagar
Agüenta aí minha boneca
Que agora eu vou te ajudar
Vai doer um pouquinho
Busquei logo um preguinho
Aqueci na chama do fogão
E enfiei no lugar em questão

Hoje a Barbie é outra mulher
Mais decidida e sabe o que quer

E eu também me dei muito bem
Fiquei famoso, tornei-me alguém
O ocorrido por aí se espalhou
Dia desses até a Susie me procurou


E o Ken?

O Ken eu nunca mais vi
Depois que me apareceu por aqui
Desatinado também o guri
Mas com macho a coisa é diferente
Tentei enjambrar com cola quente
Mas ficou coisa bem feia
Ele logo passou a me elogiar
Eu, vendo que não ia funcionar
Agarrei de novo o preguinho
Fui chegando de mansinho
E furei ele atrás

No começo não gostou
Saiu bem irritado
Mas depois o Bob me contou
Dizendo que o encontrou
Estava bem alegre o rapaz
E logo me confessou
Eu é que ainda não tenho paz
E foi se deitando de bruços
Com o semblante em tormento
A voz em tom de lamento

Berrou:

“Doutor! Me aplica aí o tal tratamento.”





E então Charlote, a rainha do reino disfarçado de humilde, falou:

“Bem amigos, se não for do meu jeito, nada feito!”

E assim fez-se a chatice.




A propósito:
O Senhor também, por algum acaso, já ouviu falar em “cantisflacretomestiforilitação”??? Não??? Então terei de lhe explicar tin-tin por vrum-vrum.

Disse a minhoca ao cortador de grama.





Para Zlata
Por Lehgau-Z (e seus cabelos faltantes)

Zlatando brisas zlatando!
O chapéu de Qarvalho levando!
Zlatando brisas zlatando!
Atrás do chapéu Qarvalho voando!
Por todo o monte, vale e relvado,
Seja o chapéu sempre levado,
Zlatando brisas zlatando!
Enquanto Zlata vai o piano tocando...







Histórias pisciculturais de forno e fogão


Rimta, a princesinha

Havia um rei com doze lindas filhas. Elas dormiam em doze camas dispostas em um mesmo quarto, e quando iam deitar-se, a porta era fechada e trancada. Contudo, a cada manhã os seus sapatos estavam bem gastos, como se elas com eles tivessem passado a noite a dançar. Mas ninguém conseguia imaginar como isso podia ser, ou aonde as princesas poderiam ter ido.

Então o rei mandou anunciar por todo o reino que se alguém desvendasse o segredo de onde as princesas dançavam durante toda a noite, poderia escolher a que mais lhe agradasse como esposa e seria o herdeiro do trono.

Logo o filho de um rei se ofereceu para descobrir o segredo das princesas. Foi bem recebido no castelo e, à noitinha, levado para o quarto ao lado do das princesas. Lá, ele deveria permanecer de guarda para descobrir aonde as princesas iam dançar. E, para que nada se passasse longe de sua visão, a porta do quarto delas foi deixada aberta.

Mas o príncipe logo adormeceu e, quando acordou pela manhã, descobriu que as princesas haviam dançado toda a noite, porque os sapatos delas estavam cheios de furos. Muito irritado, resolveu perguntar diretamente a uma delas onde haviam ido:

“Hei, é contigo que quero falar menina. Onde estavas a dançar ontem à noite? Não me venhas com mentiras!”

“Ah, senhor. Hum... Peço-lhe desculpas. Fomos todas encontrar a árvore do meio do canteiro que protege a roseira.” Falou a bela princesinha.

“Árvore do meio do canteiro que protege a roseira?!” Do que estás falando menina?” Retrucou o príncipe, ainda mais irritado.

“Sim, fomos lá para ajudá-la a arrobiar.”

“Arrobiar?!”

“É, arrobiar!”

“E o que vem a ser a-r-r-o-b-i-a-r?!” Exaltou-se o príncipe.

“Ora, ‘arrobiar’ é uma mistura de arrotar e assobiar, com um berro no fim e um espirro no meio.” Respondeu a princesinha.

“Humpf!” Retrucou o príncipe.

Foi então que a ovelha apareceu e perguntou para a princesinha:

“Qual das doze tu és?”

“Sou Rimta!”

“Sabes remar?” Continuou a ovelha entregando um par de agulhas de tricô para ela.

“Sim, sei remar um pouco, mas não na terra, e muito menos com agulhas de tricô...” Dizia Rimta enquanto as agulhas transformavam-se em remos nas suas mãos e ela ia percebendo que as duas estavam em um pequeno barco, deslizando sobre a água, entre duas margens não muito distantes, porém bastante altas.

Havia alguma coisa muito estranha a respeito daquela água, pensou Rimta, porque, de vez em quando, os remos ficavam grudados nela e era muito difícil puxá-los de volta.

De repente Rimta avistou uma grande concentração de nenúfares em fabulosa algazarra. Foi quando todos pararam para observarem-na. Surpresa, Rimta quis saber mais sobre eles. A ovelha, com característico ar de desdém, balançou os ombros e disse:

“Não passam de pequenos arbustos revestidos de tomento prateado, com grandes folíolos filiformes e flores escarlates, axilares, solitárias ou geminadas, nativos das ilhas Canárias e cultivados como ornamentais. Nunca me inspiraram confiança.”

“Faça o barco parar!” Disse Rimta. “Quero levar alguns comigo.” Decretou.

A ovelha soltou um grande mmméééééééééé... E desapareceu sem deixar vestígios.




Pequena fábula sobre coisa alguma

Havia no mundo de Zflarta um plantador de histórias falsas. Rico, belo e portentoso. Ele queria apenas melhorar a própria imagem perante a população de Plutão (aquele maldito asteróide). Em um belo dia de sol, sob o apupar das gralhas, o rinchar do palafrém e o zonzonear das irapuãns, disse para todos que não mais iria fazer isso.

“E se for mentira? Aliás, e se a história de plantar histórias falsas tiver sido mentira todo esse tempo?” Alarmou-se Zflarta.

“Isso tudo me parece ter saído de um daqueles problemas de lógica: Tem uma superpotência que só fala mentiras, mas é a única que tem. Você tem que descobrir, com apenas três cotonetes e uma fatia de queijo cheddar com catchup, mostarda forte e maionese, quantos agentes da CIA estão infiltrados na Arábia Saudita”, retrucou o monge, fazendo pptssssssss ao abrir uma lata de refrigerante light.




KH Ciência

Curiosidades curiosas que em nada contribuem para o bem-estar da humanidade

Por Juca Fuhrunga


Desde que Addison descreveu as conseqüências da lesão vagemnal para o organismo vagemnoso, em 1849, os estudos da endovagemnologia tomaram novos rumos, até o complexo entendimento da função dos hormônios vagemnoesteroidais, que passaram a ocupar importante papel terapêutico mais tarde, no tratamento da vagem periodôntica e outras patologias, até então de difícil controle.


Hoje se sabe que o córtex vagemnal sintetiza duas classes de vagemnosteróides: os pirilampos do bum bum azul e os parlapatões do bam bam azedo.

Mas, sobre o que realmente houve em termos de reações atropologicoquímicas de lá para cá, pouco se sabe. Apenas que as vagens teriam adquirido a cor verde após terem alcançado a forma de palitos com pequenos feijões dentro.






Jeitosinho, o melhor amigo imaginário de Van Gogh

Então Jei, tentando remendar o estrago que acabara de cometer com mais uma de suas brincadeiras estúpidas, berrou da janela do ateliê para a turba ensandecida:

“Hei! Quem de vós se habilita a dar um novo tapa na orelha do Vi???




KH Nooootííícias


Cisne negro paquera pedalinho na Alemanha

Um raro cisne negro se apaixonou por um barco de aluguel movido a pedal em um lago alemão, informou o repórter Pelicano.De acordo com biólogos, o cisne negro australiano está manifestando todos os típicos indícios de estar amando - circula em volta de seu amor de plástico, olha continuamente para ele, emite sons em forma de música, tentou comprar a casinha das tartarugas no centro do lago e não permite que mais ninguém dê uma pedalada no seu amor.
Tanto o barco quanto o cisne vivem no lago Aasee (but não acreditei), em Münster, Westfália, noroeste da Alemanha, Connecticut.O barco, um pedalinho de plástico feito para se parecer com um cisne, é alugado para famílias que vêm passear à beira do lago.

Os biólogos estão preocupados porque cisnes são monogâmicos, o animal provavelmente desperdiçará sua vida inteira correndo atrás de um objeto de plástico, tal qual certos seres da espécie humana.




Homem é suspeito de matar mulher com salsichaço

Trinidad e Tobago - Promotores e a polícia local disseram, esta manhã, que prenderam um homem de 50 anos depois de encontrar o corpo de uma mulher em Zwichau, leste da Alemanha, Canguruaçú, Connecticut. Ela havia sido asfixiada com um Bockwurst, uma grande salsicha, muito popular na Alemanha.Os promotores disseram que o homem contou uma história complicada e admitiu "administrar" a salsicha na mulher (desde antes do casamento). Os fatos ainda estão muito confusos e a polícia está investigando para saber o que exatamente aconteceu para resultar na morte da mulher, além de suspenderem por tempo indeterminado o uso de salsichas Bockwurst (sim, foi isso também a última coisa que a mulher falou) nos lares ditos moralmente corretos da região.




Mulher croata tenta comer raio e acaba queimando a rosca

Uma mulher croata teria ficado com queimaduras graves no ânus depois que um raio teria entrado por sua boca e saído “por baixo”, de acordo com o site bósnio Ohdá Odehce. O raio teria acertado Natasha Tinhaharovip enquanto ela escovava os dentes, com a boca encostada na água da torneira, fazendo a corrente passar pelo seu corpo.

Como Natasha estava usando sapatos com solado de borracha, o raio não teria conseguido fazer o terra através dos seus pés. A eletricidade teria então tomado a rota mais fácil: sair pelo reto e fazer o terra através da cortina de box do banheiro úmida.

"Eu estava assando rosquinhas no forno quando resolvi escovar os dentres... Foi uma dor horrível, eu senti ele passar pelo meu corpo e depois apaguei e as roscas acabaram queimando”, disse Natasha. Um médico declarou a um canal de televisão local que "se a mulher não estivesse usando sapatos, provavelmente estaria morta”.




Gorgulho dos EUA é eleito "mais feio do mundo" de 2006

Um gorgulho norte-americano ganhou a 18ª edição do concurso do "Gorgulho mais feio do mundo", realizado na cidade de Pentaluma, nos EUA. Archie, um gorgulho chinês (Chinese Sitophilus Oryzae) natural de Arizona, Cachoeirinha, Connecticut, venceu outros 17 concorrentes, desbancando o favoritismo dos adversários.

O caruncho, de coloração castanho-escura, com quatro horríveis manchas vermelhas nos élitros e cinco dentes cariados, levou US$ 1 mil pelo primeiro lugar. Cerca de 300 mil pessoas votaram via Internet para escolherem os finalistas, mas a eleição final ocorreu após avaliação de quatro juízes, que selecionaram o campeão, baseados em duas categorias: o pedigree class (avaliava o pedigree dos rapa-cuia) e o mutt class (avaliava se os seus pais eram de raças diferentes).

A história do vencedor é curiosa. Sua atual dona trabalhava em um abrigo para gorgulhos abandonados, mantido pela Organização Não Governamental para a Saúde, Preservação e Bem-estar dos Gorgulhos Carentes, onde ele ficava. "Ele chegou até nós muito assustado e faminto. Havia passado duas semanas refugiado no mato sendo obrigado a comer frutas da estação, enquanto se escondia de um grupo de plantadores de trigo, arroz, sorgo e milho que o perseguiam ferozmente. Daí meu marido e eu gostamos tanto do carunchinho e nos tornamos tão simpáticos a sua causa que decidimos ficar com ele", contou a dona do campeão.

Agora, o próximo desafio de Archie é o "duelo de campeões", onde ele enfrentará vencedores das edições passadas. A próxima edição do "Gorgulho mais feio do mundo" será realizada em junho de 2007.




E lembre-se:
Jamais escove os dentes sem sapatos com solado de borracha, e mantenha a cortina do Box do banheiro sempre sequinha.




ENTREVISTA

O pessoal do programa RADAR da TVE do Rio Grande do Sul veio fazer uma matéria televisiva com a redação do KHzine (AEEEEE!!!)
(A matéria foi ao ar na segunda-feira, dia 16/10, às 18 horas).

Confira aqui os momentos de maior tensão da entrevista:


Como foi ter a idéia de fazer o KHzine?

Tudo começou quando eu, um dia qualquer, há dez anos mais ou menos, acordei e, ao abrir um saco de cookies (também conhecidos como biscoitos) integrais de nozes da Tasmânia (fonte de proteínas, fibras e sem colesterol) – que por acaso ainda está aqui - disse: tuuuudo bem Pimpão. É iiiiiiisso aí Pimpão.



Quais são as técnicas utilizadas para fazer o KHzine?

Uma vez o Igor Cavalera esteve em Porto Alegre para dar um Workshop sobre as suas técnicas para tocar bateria. Daí, chega o tão esperado dia e horário. Sala cheia. Todos a espera do conhecimento técnico/teórico do mestre. E ele: (Sentado atrás da batera) “O negócio é o seguinte. Não tem técnica nenhuma. O lance é tocar e pronto.”
E lá ficou por quase duas horas marreteando os tambores e todo mundo babando em volta.
Então é isso aí. O KHzine é o Igor Cavalera dos fanzines virtuais.



O que significa o nome KHzine?

O K vem de Kafka e o H é de Hermann (Vibe), avô do Ottomano, que foi um profícuo pensador e calemburista do absurdo. Morreu louco, pobre e ilustremente desconhecido.





“Imediatamente, Hatta saiu pulando como se fosse um gafanhoto.”

A máxima das máximas de Hermann Vibe
(Dizem que não é dele a frase. Vai se saber...)




“Tenho mania de conferir se ganhei na Mega-Sena, todas as semana. Mesmo sem ter jogado.”

Hermann Vibe



“Livros são como bundas, importam menos os tamanhos, do que a consistência e os gingados.”

Leo Cócito
(Escritor e proxeneta)


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Perguntas que, de tão óbvias, jamais deveriam ser perguntadas

*Se os vegetarianos comem vegetais, o que comem os peruanos?





O amor de xÍis por aGah
Em miguxês legítimo

oOoiiiieEeEeExXxXxX gNt!!!!!!Bom eU tOh aKi dinOvUh p/ fLa dih 1A pEsSoA q eH + q eSpeciaL p/ eU!!!!!!P/ fLa duMa pesSoinhA q eU amoOoO!!!!intAum vamOo LaH...eSsa gRand pIquenO minIninHo q vxS taUm veNu ai, eh + q mEu Migo...!!!!!nOis seH cuNheçI desdih qnD nois tnHamOox 2 anOs, + nOis cUmEço a seH miGo mXm, O cOmeçiNhoO dOh anO pasSadO (((2005)))hj eLe eh mEu melhOr mIgo, neLi eU seI q eU possU cunfia, q eLe nuM eH q nEm 1aS otRa pesSoinhaX aI q eU cuNheÇoO q soh saBi meNti, trAi, se hiPocrItah...q Soh pEnsa naH pRoPria pEsSoA!!! aff...aLiaX, aPezaR de tD q esSax pEssOinhAs fazem, eU tnhU q asGradeÇe à 1a deLas, pq fOi graÇax a eLi q eU e o bOboNIitOo, noS aPrOximO!nUm vOh fLa nOmis...+ ...faZe u q ? esSas pessoas aPesaR dIh tD, aInda seRvi p/ aLguMa cOiSaxXxXxX!!!! haUhaUhaUhaU*Eu amOoO esSi MiNiNoO aI, eLi sP vaI se mEuh miGu!!!!eLi jA mi aJudO mT, qNd pResIsei, e sEi q sEh eU preSisa dI nOvuX eLi vAi sP taH dOh meO lAdoO ? ♥ ?¿ ·[L]¨ ™





Produtos
Por Oscar Wilde, em O Terceiro Homem

Na Itália, durante 30 anos sob os Bórgias, houve guerras, terror, assassinatos, sangue. Eles produziram Michelangelo, Leonardo da Vinci e a Renascença. Na Suíça, eles tiveram amor fraternal, 500 anos de democracia e paz, e o que produziram? O relógio de cuco.






A triste história do garoto Miurrause

Miurrause sempre foi um bom garoto. Obediente. Íntegro. Pertinaz. Preferia limonada com açúcar mascavo a Coca-cola ou Fanta uva. Mirinda menos ainda. Degustava todo o seu (o dele é claro) Yakult com lactobacilos vivos sempre na mesma hora, pela manhã bem cedinho, até o colostro, e fazia seu trololósinho quarenta e cinco segundos depois sem o menor questionamento. Miurrause era um amor.

Mas, em um dia cinzento de outono, Miurrause experimentou uma leve picada no tornozelo direito e passou a sentir-se estranho. Um olho adicional começou a crescer em sua nuca (na dele, é claro). E Miurrause, ao tentar coçá-lo (o olho, é claro), ocasionou um grave descolamento de retina. Miurrause, então, tinha um olho adicional na nuca, sim, por certo. Mas cego estava. Miurrause principiou a chorar e molhou as costas.

Rumou então, tropeçando na cauda, para o quarto dos pais, mas não conseguiu passar pela porta porque a bolha em seu pescoço (no dele, é claro) já tinha atingido o tamanho de um garoto de oito anos. Gordinho, desaforado e com chulé. A mãe, certamente, saberia o que fazer – mas ela apenas lhe ofereceu biscoitos e disse para que não se preocupasse. Precisava sair para o trabalho. Estava atrasada. Tinha uma reunião com os coreanos naquele dia. Afinal, Miurrause se virara sempre muito bem sozinho. Já era um homenzinho.

A mãe bateu a porta da rua e Miurrause rastejou tentando locomover-se da melhor maneira possível por intermédio das ventosas que substituíam rapidamente suas mãos, pés, joelhos e barbatanas. Miurrause queria gritar, mas apenas uivos, mugidos e trinados saíam de sua garganta verde e cascuda. Ao passar pelo peludinho e fanfarrão Tobi, o cãozinho, abocanhou-lhe de supetão, soltando um imenso arroto logo em seguida. Tombou na escadinha da porta dos fundos da casa onde vivia, e ali ficou até o dia seguinte.

Quando despertou de seu sonho pecaminoso, em que comia toda a grama do jardim sem dispensar os grilos, os gafanhotos e as formigas ruivas, sentiu que possuía também orelhas pontiagudas, grama sintética nas costas, peito e costeletas, um chifre de aproximadamente três metros saindo da testa e um piercing no umbigo esquerdo. E foi bem aí que as bolhas começaram a estourar a cada dez exatos segundos.

Miurrause a tudo suportou com bravura e altivez. Foi em frente como pode. Tornou-se apresentador de programas de Tevê. Fez fama e fortuna. Mas, em uma gélida noite de um rigoroso inverno, Miurrause sucumbiu em um ataque histérico ao encontrar apenas meia barata em seu (no dele, é claro) consomê.



Lições de marketing político

Microinstruções para eleger o seu (o seu mesmo, é claro) candidato:

*Institua uma organização com um nome que fique entre duas letras e um número;
*Crie um departamento de informações falsas para melhorar a imagem do seu candidato;
*Espalhe uma notícia falsa através da grande imprensa;
*Aguarde a informação de que a notícia é falsa pela grande imprensa;
*Só então confirme que a notícia é realmente falsa.



O dia em que Clésrtron se arrependeu

Abriu um olho. Depois o outro. Desconfiado, ergueu-se e foi até a janela. O dia estava cinzento e ele, inexplicavelmente, despertara no Suriname. Mais especificamente, em Paramaribo. Mais especificamente ainda, em Little Belém. Mais especificamente ainda ainda, no terceiro e último andar de uma espelunca chamada Fuc-fuc. Soube que lá estava no exato momento em que reconheceu a voz de uma prostituta de nome Maria do Carmo discutindo aos berros em taki-taki, entre uma axé lambada e um pagode chorado, com um revendedor de produtos cosméticos provenientes de bolsas e malas de turistas desavisados. Era sua ex-esposa, com quem teve apenas um poodle chamado Roberto Carlos e um hamster de nome Dion.

Desceu as escadas correndo alucinado e se atirou na carroceria de um caminhão que fazia a coleta de lixo. Encontrou ali trinta e oito famílias refugiadas da guerra do tráfico no Rio de Janeiro (aquele lugar para onde todo mundo foge quando rouba alguma coisa nos filmes hollywoodianos). Rezou para que o mundo fosse realmente dividido em apenas certo e errado e transformou-se em embalagem reciclável.



Assim falou Heródoto
(Provocando o fim das dietas a base de almôndegas)

“Chega de comermos penas, pés e bicos de frango camuflados em inocentes embutidos.”




Fernando Pessoa teria dito para um certo ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa:

“Cá, pois, amigo Bernardo, temos todos os espelhos defeituosos.”




PUFF...
Por Bernardo Soares

Cheguei hoje, de repente, a uma sensação absurda e justa. Reparei, num relâmpago íntimo, que não sou ninguém. Ninguém, absolutamente ninguém.




E lembre-se:
''PORCOS NÃO OLHAM PARA O CÉU''

(Por isso não usam guarda-chuva)





Expediente

Caso você não queira mais receber o KHzine diretamente em sua caixa de mensagens, nada poderemos fazer a respeito.

Mas você pode tentar um mandinga que, dizem, já deu certo com outros veículos inoportunos como este:

Bata com a cabeça na parede até formar um coágulo no cérebro. Diga ao primeiro que encontrar, refletido no espelho, que você não gostou nem um pouco do novo Bis sabor laranja. Desestimule qualquer desejo ou iniciativa sua de se transformar em uma couve-flor. Inicie uma violenta discussão com um dos três malditos peixes dourados daquela vizinha chata do 502, chamando-o de “afilhado, ai-jesus, apadrinhado, apaniguado, beliz, benjamim, cochado, dileto, eleito, favorecido, favorito, mimado, mimoso, nepote, paparicado, peixe, peixinho, predileto, preferido, privado, pupilo, queridinho, querido, valido”. Depois provoque a sua sede até não agüentar mais e, em seguida, acabe com ela com água da privada. Grite "bubumbaticundunburungundum” (adagio, ma non troppo) sete vezes, faça méééééé para um salamito e saia para comprar pasta adesiva para a dentadura da sua avó. Não esqueça de, ao final do sortilégio, mandar um e-mail para: mailto:eunaoqueromaisreceberessa%20chorumela@cancaborrada.com.br,
ou envie uma missiva para: Rua Nossa Senhora do Cantinho Perdido, Beco C, Nova Caledônia, Ilhas Norfolk, Connecticut, contendo a seguinte frase: “Eu odeio pelotas no mingau”.

Caso você queira continuar recebendo, permaneça como está (apenas penteie as sobrancelhas, por favor).



Demais contatos infundados podem ser perpetrados através de:
khzine@yahoo.com.br


Se você quiser passar este amontoado de inépcias adiante, o problema é seu.
Mas nós agradeceríamos do fundo de nossas sinapses.

O KHzine não se responsabiliza por absolutamente nada.

Como dizia o grande mestre e cabeção Rui Barbosa (em parceria com Wilson Simonal):
“Nem vem que não tem”.



Sem mais delongas:

Lehgau-Z Qarvalho – Assoviador.
Ottomano Vibe – Chupador de cana.
O Resto – Quem???



http://khzine.blogspot.com/

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