terça-feira, outubro 07, 2008

KHzine

Calembures ignóbeis, falsidade ideológica e comportamentos execráveis.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Connecticut. SemTembro de 2007.
Edição de número 010
Para ser lida, sentida, sentida e sentida.
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Periodicidade? Don’t fuck, please!




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Editorial
“E poetando suas emoções, seus sentimentos, suas galochas e calosidades, ele faz de si um espelho do mundo que o cerca, não raro abrindo mão de sua face, dita angelical (apenas pelos com mais de dez graus de miopia) para refletir imagens da vida com ácida ironia e, às vezes, com fino sarcasmo”, constatou Melanie, antes de pôr o dedo na goela.”

Você disse poesia?! Não?! (Bem, desculpe-nos, mas a culpa não é nossa). Disse sim?! Parabéns, você acertou!! Esta é uma edição totalmente voltada para a poesia (é que andamos meio sensíveis por aqui, e tal). E claro, nós concordamos: poeta bom é poeta morto! E é exatamente por isso que nossos copinhos contendo cicuta (da boa!), já estão a postos para serem consumidos de um só gole e de supetão; com salzinho na borda e limão (pois é, rimou – efeito do clima), por todos aqui da redação (hi, está ficando crônico o negócio), logo após o fim dos trabalhos, ou a sua conclusão (tsc, tsc...), e o envio, por e-mail, para todos os leitores de plantão (Oh God!).

Mas, sim, a poesia. Oh, a poesia. Yeah, a poesia. Slurpt, a poesia. Scataplam, a poesia!!

É claro, algum leitor mais radical (sim, eles ainda existem!), pode, de dedo e espada em riste, objetar raivoso: “mas essa shit (do inglês, conforme a Mônica Pessegueiro do Amaral = droga!) não se apresenta sempre como de cunho, eminentemente, nonsense?! (Pode não parecer, mas ele está realmente bravo - fulo da vida, feroz, danado, irritadiço, tempestuoso, denso, agreste, forte, de difícil cicatrização!!). Bem, bem, bem, responderíamos nós: “queres tu, oh nobre leitor e amigo, algo de cunho mais eminentemente nonsense do que a maldita poesia?!

Porém, depois de muito analisarmos: peça por peça, verso por verso, estrofe por estrofe (isso ainda existe?!), scrap por scrap, post por post, link por link, shit por shit, acabamos por chegar a uma única, triste e irremediável conclusão... A qual, para o nosso mais completo desalento e estapafúrdia vergonha, não lembramos qual é.

Bem, dito isso, só temos mesmo a acrescentar o seguinte: “Com mil garranchos, estamos todos perdidos!”


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Borboletas no estômago

Estou sentimento puro
Tão brilhante quanto obscuro
Portanto, chegue com vagar
Para as borboletas
Não afastar



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Anima

Não consigo dormir; tenho um sonho atravessado em minhas pálpebras.



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Sonhos

Ana perambula pelo mercado dos sonhos. Sonhos frescos; sonhos. O vendedor grita que tem os açucarados, de goiabada, coco e creme de baunilha. Tem também os de unhas, alcachofras, de mangas de camisa e os em forma de pesadelo.

Chega ao mercado um outro ente, muito triste porque faz muito tempo que não sonha. Ana, açucarada, de goiabada, coco e creme de baunilha; leva-o pela mão e ajuda-o a escolher sonhos. Sonhos frescos. Quiméricos; sonhos. Sonhos galeanos. Asas para voar dormindo.

E vão-se embora os dois; tão carregados de sonhos que não haverá bastante noite.


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E eu sentia o teu cheiro que eu nunca senti
E eu via o movimento dos teus quadris
Que eu nunca vi
E eu aspirava o teu hálito
Que eu nunca provei
E eu pensava que amava
Quem eu nunca beijei
E eu vivia essa vida
Que eu nunca experimentei


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E possuíam o seu lado obscuro
Cada um
Por vezes aflorado
Por outras não

Mas sempre
Um por vez
Desliga-se a luz
Acende-se o lampião

Mantiveram-se unidos, pois
Apaixonados

Até o dia
Inevitável dia
Em que se encontraram

Primeiro
Luzes em excesso
Depois
Obscuridades em processo


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E lembre-se:

A possessão é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce para a si próprio consumir.
Lehgau-Z Qarvalho e William Shakespeare (baita parceria!).


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K

Bem, bem, bem: cá disse que vinha e cá vim. Demorei por certo. Desculpas cá deixo. Peço-te o bem, cá paz. Nos vemos no setor das brumas, pois.


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E o limite da fé em um sonho
É o acordar
O despertar sincero
O bocejar enfadonho
O limiar
Entre o belo e o medonho


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Para quem bem merece

Se vais bancar a irredutível
Eu bem sei tornar-te substituível


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Periférico

Minha vida estava ali
Meio que armazenada
Esquecida em um pen drive
Que caiu para trás do armário

Até que um dia
A dona veio
Reconheceu-me como seu
Tão entranhado, o pó soprou
Levou-me dali
E, carinhosa, me plugou

Passou-me para o HD
Examinou o conteúdo
Trocou arquivos de lugar
Pensou sentiu pensou
E retirou-me devagar

E eu ali
Louco de medo do mundo
Feliz por ser quem sou
Pensando nas vantagens da pequenez
E certo de ser levado
Em um bolso no lado esquerdo
Dali para qualquer lado

Mas não foi o que ocorreu
Verificado sem afeto
E ante um qualquer mais importante
Fui atirado sem piedade
De volta para trás da estante


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E querendo ter tudo ao mesmo tempo
Obteve nada além do que tudo ao mesmo tempo


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Das verdades hipócritas

Penso em ti
Mas coito com outrem
Penso em outrem
E coito contigo


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Bem-ditos sejam os anjos

E pedia sinais sobre seus próximos passos
E eles o mandaram
Em forma de pixels
E obteve a certeza
Sua vida
Ainda era a mesma

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E quanto aos sonhos desperdiçados
Compra-se outros
Como se roupas novas fossem


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Quases

E estava prestes a estar prestes
Deslocaria-se de verdade
De ponta a ponta
Na rosa
Dos ventos

Não mediria esforços
Se preciso fosse
Seria um outro
Um novo alguém
Um alguém por alguém
Que especial tornara-se
Vindo do espaço

E, sim, sairia de si
Para encontrar-se

Iludira-se!
Ah, iludira-se!
Como iludira-se!
E consumira-se
Abraçara-se

Usurpara-se de si mesmo
Momentos marcantes
De vida íntima
Em um inverno rigoroso
Transformado em primavera
Antes do tempo certo

E pensara estar
Muito perto da felicidade
Perto mesmo
Como lábios
Segundos
Antes do beijo

E sonhara estar
Muito próximo do paraíso
Próximo mesmo
Como um Adão
Nu
Antes da maçã

Mas traído for a

Por sua costela
Maldita costela
Mentirosa costela

E traído for a

Por sua boa fé
Sua crença louca
Nas possibilidades impossíveis

Sim, traído fora
Por si mesmo
Por deixar-se abandonar
Em devaneios
Malditos devaneios
Verdadeiros devaneios

Mas, sim, traído fora
Por sua miragem predileta
Sua idealização mais completa
Sua diletante mais seleta
De indiscutível relevância
Para, talvez, o resto de seus dias
Sua sombra em teoria
Seu projeto mais audacioso

Mas, sim, traído fora
E de perdoar não é capaz
Porque traído uma vez
Perde-se o poder
De reacreditar
De viver em paz


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Tristes, tristes, sim, os sentimentos quando se esvaem
Quando não valorizados
Morre-se
Tudo vira tão pouco...

E chegar ali, bem perto
E desencomendar a alma, assim
E desaperceber-se
E ter de desapegar-se
E dessentir

Tristes, tristes, sim, os planos pelo ralo

De Caeiro
O que nós vemos das coisas
São as coisas

De Reis
Nada se sabe, tudo se imagina

De mim
Circundo-me de rosas, amo, bebo e calo

Em silêncio
Sigo sendo uma simples mutilação de mim

Mas há o alento
Sim, pois, sempre há
E ele dorme a corda em mim
E eu teimo em não lhe dar reconhecimento
Em não lhe abrigar, enfim

E ele está sempre lá
Quando preciso
Oferecendo-se inteiro
Dando-se de presente

E meus olhos não o querem ver
E em minha caixa torácica
Recusa-se mais forte
O órgão a bater

E absurdo me entendo
E improvável me surpreendo
E ingrato percebo ser


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Aquilo aconteceu no dia do aniversário. Sim, ele se dispôs a ser ele mesmo. E ela era só festa. E ele partiu para pensar o que sentia. E já não podia responder mais nada. E já não possuía fôlego algum para suspirar. Estava em um estado interno de calamidade pública. Possuía tantos corações apontados para si, que já passara a temer seus desejos. Sua força crescia tanto, a cada dia, a cada minuto, segundo, que não mais se reconhecia como o de sempre. E temia. Apenas temia. E estava prestes a ser feliz, e não sabia.


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E carregava-a no bolso, para onde quer que fosse, cuidando sempre para não acertá-la com uma caneta, embalagens de chicletes ou papelotes contendo listas de compras ou bilhetes furtivos; ou, ainda, amassá-la com o peso da própria mão, nos inúmeros momentos em que resolvia acariciá-la durante seus mais diversos e inusitados trajetos e locais de vida comum.

E sentia-se tão feliz, que poderia berrar, sem trégua, por dez dias e dez noites; pichar muros, paredes e viadutos por trezentas horas sem parar; nunca mais dormir; sair pelo mundo sem dar satisfações e remover toda a insensibilidade do universo em um entregar-se por completo. Ainda que ninguém nada percebesse.


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Chuvas para molhar lençóis

Até os céus estão intensos. Emocionam-se, pois. Pedem companhia. Clamam por sedentos lábios espessos e intumescidos. Querem ser saboreados, os céus. E querem descansar e depois despertarem ao lado de outros céus. Os da tua boca. E comer tua estrela cadente; alimentar-se de teus cometas; visitar teus buracos negros; e percorrer tua Via Láctea, bebendo-te toda em pequenos goles e roçares de língua; e começar e recomeçar tudo outra vez, até que a segunda-feira faça-se fortes luzes e ruídos abstratos. E voltemos, assim mesmo, às chuvas para molhar lençóis.


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E sentia-se tão fictício, como se sexo solitário fosse

Sim, arrancava-se a própria alma com uma violência tão doce que poderia deixar de ser ele próprio, sem um mínimo de vestígios, para ele próprio. E comia, todo dia, o pão dormido das velhas novidades. E alimentava-se de sonhos mal resolvidos; e que de tão improváveis, tornar-se-iam realidade.

Sim, possuía algumas microcertezas. Tanto quanto lhe era razoável conceber, possuía. E perambulava sonâmbulo em meio às rotinas acinzentadas; e em cores. E balbuciava pequenas loucuras para si, concluindo que não há conclusões possíveis. E balbuciava-se. E desentendia-se. E reacendia-se. E temia-se. Temia pelo preço da felicidade. Temia pela ânsia de querer viver, e suas conseqüências. E temia pela possibilidade de tornar-se um mendigo. E pela possibilidade de tornar-se rei. E pela possibilidade de continuar a ser quem era.

Temia, também, porque sabia que temer é existir. E existir é fausto; para poucos. E, sabia, não há como viver sem existir.

Sabia, então, sabia, que às dúvidas, mesmo estranho podendo parecer, tinha, sim, a elas, só que agradecer.


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Amar-te, eu sei, não é o melhor para mim

Faz-me sofrer e é uma dádiva

É a ficção mais real que já vivi

É o absurdo mais sensato que comigo já se passou

És a incógnita mais transparente que já me apareceu




Amar-te, eu sei, não é o melhor para mim

É um erro brutal

Mas eu já não me importo

Eu quero é tocar-te

sempre

Beijar-te as axilas

Morder-te os pés

Beber-te ao café da manhã

Servir-te de alimento para os meus teus dias

E jamais enjoar-te

Ao repetir-te

Em tua cama sedenta

Entre tuas pernas macias

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Do necessário para voltar a respirar

E meus sonhos eram mais uma sensação
Do que um pedaço concreto de geografia
Mais uma navalha de açúcar
Do que canção sem melodia

E não, eu ainda não sabia
Que sonhos tornam-se letras
Que viram em sons
E trazem cardíacos
O que transcendemos

E, sim, desejei bem forte
E foi quando me veio ela
Certa feito o incerto
Densa, composta e fácil
Complexa como uma lágrima

Logo que chegou
Fiquei calado
Jamais poderia imaginar
Com que intensidade
Iria ser devorado

E mordiscado fui
Mastigado e deglutido
E tornei-me gosto
Paladar
Pimenta e mel

E pensei em fugir
Sair do planeta
Trocar de universo
Voltar à placenta

Mas, outra vez
Ela me veio
Grave, intensa
Lançando palavras
Fazendo promessas
Dizendo-se minha

E eu acreditei
Fiquei tão feliz
Fui lá lhe falar

Meu crânio se encheu
O peito fluiu
E em sua saliva
Voltei a nadar

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Sentimentos são vibrações
Poeira cósmica eu diria
Que atravessam dimensões
E nos perseguem noite e dia

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Sonho bom

E ela me veio como um sonho bom
E eu dei uma de despercebido
Talvez por andar com o coração roto
Ou por acreditar-me não merecido

Eu sei é que ela me veio como um sonho bom
Desses que jamais esquecemos
Mas que tentamos não lembrar
Para arriscarmos a felicidade
Apenas com o que já temos

Mas ela me veio como um sonho bom
Os olhos eram grandes qual sede de mundo
A boca: uma torrente de maus caminhos

Os cabelos, de tão longos e rebeldes,
Pediam, incessantes, o toque manso e terno das minhas mãos,
Dos meus singelos carinhos

E, sim, ela me veio como um sonho bom
A pele com aquele ar de coisa e tal...
E tal e coisa...
Um arrepio ambulante
Um devaneio para mais adiante

E sobre o sorriso? Ah, o sorriso!!!
De preencher vazios interiores desde outras vidas
De vazar os olhos de qualquer sensível
Os meus olhos, grudados na tela viva
Fitando o invisível

E o interior da caixa craniana!!!
Feliz e intensa ligação com as coronárias...
De pé no chão e melenas ao vento
Pronta para alçar vôo a qualquer momento

Ah, ela me veio como um sonho bom
E eu querendo carona
Sendo prudente e verdadeiro
E ela a pedir-me distância
E eu qual suspiro derradeiro

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Mundo vasto (da vez última)

E, ao sentir irritados os olhos sôfregos, culpou a poluição
Maldita poluição!
E pediu-lhe um pouco de ar...
Mais ar...
Mais ar...
E o peito a não lhe responder a altura
E a lamentar o tamanho do mundo
Pediu-lhe um pouco de água
Apenas água
E ar...
Mais ar...
E sentiu cessarem os pulmões
E bebeu seus globos oculares

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Is there any way out of this dream?!


Romeo is bleeding

Lookin' so hard

Against of his cup of coffee


Yes, Romeo is bleeding

But nobody can tell

He sings along with the radio

With a bullet in his chest

And he winces now and then


And Romeo is bleeding

And it's time, oh its time

Oh, yes...

And it's time


And the wind blows cold

And says:

So just close your eyes, son

And this won’t hurt a bit


But Romeo is bleeding

Oh, yes…

Romeo is bleeding

And he says her prayers


And it’s time and eternity

And it’s time and space

The time of delivery

The time of flight

In a state of grace


And, yes…

Romeo is bleeding

And he sings a sad song

And, yes…

Romeo is bleeding

But it feels that it

can be happy

and strong

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Ênclises

E ele sentou-se em frente ao seu PC, e implorou por outra vida. E, de repente, ela veio. Linda; poética; profunda. E ele agradeceu às leis da atração e do desejo sem fronteiras. E ela foi como um sonho mágico. E tocaram-se; e cederam-se; e amaram-se como só em sonhos é possível. Só nos mágicos. E, tanto quanto ele a possuía, entregava-se. E sonhavam-se. E comiam-se. E respiravam-se. Bebiam-se como se a última gota na face da terra fossem. E suavam-se e lambiam-se para continuar a matarem-se as sedes. E escreviam-se. Ah, como escreviam-se!

E abusavam das exclamações!!! Interrogações? Quase nada. Necessitavam-se. E descobriam-se a cada sílaba, a cada léxico. E reinventavam-se todo o dia. E rezavam-se para serem-se apenas um. E interiorizavam-se. E desenhavam-se, tanto com a língua culta, quanto com os erros gramaticais e os neologismos. E aguardavam-se. Sedentos. Ensandecidos de si mesmos. E não faziam planos para o futuro; porque nele já estavam. E entendiam-se sem os códigos; namoravam-se em seus estômagos. E vislumbravam-se sem medo. Luziam-se. E escutavam-se como se divinas melodias fossem; e eram. E emocionavam-se; ah como emocionavam-se. Liquefaziam-se até. Amavam-se; sim, amavam-se! E tinham sorte; muita sorte. Toda a sorte do universo. E pertenciam-se. Ah, como pertenciam-se...



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Expediente

Caso você não queira mais receber o KHzine diretamente em sua caixa de mensagens, nada poderemos fazer a respeito.

Mas você pode tentar um mandinga que, dizem, já deu certo com outros veículos inoportunos como este:

Recite um Bilac qualquer, mas bem longe da nossa redação. Depois saia por aí para fazer qualquer coisa que não seja recitar um Bilac. Depois volte para casa, ou vá ao cinema, ou vá ao shopping, ou vá catar coquinhos, ou seja lá o que for... Use a criatividade, ora bolas!!!

Só não esqueça de, ao final do sortilégio, mandar um e-mail para:
eunaoqueromaisreceberessacoisatriste@cancaborrada.com.br,

ou envie uma missiva para: Rua Nossa Senhora do Cantinho Perdido, Beco C, Nova Caledônia, Ilhas Norfolk, Connecticut, contendo a seguinte frase:
“Eu sou contra tudo o que não sou a favor (ou não)”.

Caso você queira continuar recebendo, permaneça como está e... bem, é só isso.

Demais contatos infundados podem ser perpetrados através de:
khzine@yahoo.com.br

Se você quiser passar este amontoado de inépcias adiante, o problema é seu.
Mas nós agradeceríamos do fundo de nossas sinapses.

O KHzine não se responsabiliza por absolutamente nada.
Como dizia o grande mestre e cabeção Rui Barbosa (em parceria com Wilson Simonal):
“Nem vem que não tem”.

Sem mais delongas:

Lehgau-Z Qarvalho – O autor de todos os poemas aqui publicados.
Ottomano Vibe – O leitor de todos os poemas aqui publicados.
O Resto – Foram ali na padaria e já voltam.


http://khzine.blogspot.com

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